domingo, 16 de janeiro de 2011
Revista lado A - Boate People -Pvaí vira exemplos para municipios do interior com ate 100 Mil habitantes.
Nos grandes centros urbanos é mais fácil encontrar gays de todos os “estilos”, principalmente nas capitais, onde o modo de vida é mais agitado e existem baladas, festas, bares ou até mesmo ruas quase que exclusivas para gays. Por isso, muitos homossexuais saem de suas cidades no interior e do convívio dos pais para se “libertarem” e terem uma vida livre e feliz.
No Centro de qualquer cidade grande podemos avistar inúmeros gays, mas isso não é privilégio das metrópoles, no interior, por mais que pareça difícil, também encontramos muitos homossexuais que, por muitas vezes, passam despercebidos por nossos olhos. Isso porque existem diferenças no modo de pensar e agir dos homossexuais que vivem em locais onde a sociedade quase sempre é conservadora e muito mais preconceituosa do que nas capitais.
Aqui no sul, em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, notamos uma grande massa de homossexuais assumidos. Cada um com seu “estilo”. É fácil, em uma volta pelo Centro da cidade, encontrarmos gays mais afeminados, o gay que gosta de ser um pouco mais discreto, o gay barbie afeminado, o gay barbie discreto e até mesmo o gay que insiste em dizer que é hetero e que só sai às vezes com homens. Nas cidades grandes existe uma grande quantidade de “estilos de gays” e as pessoas acabam se aceitando um pouco mais, descobrem aos poucos que toda e qualquer forma de amar vale a pena.
Nos grandes centros há muitas facilidades para os gays, onde, de certa forma, existe uma liberdade maior e um preconceito menor. Já em uma cidade de interior, seja ela município, vila, comunidade indígena, enfim, os homossexuais vivem escondidos, com medo de serem felizes. A principal diferença do homossexual que vive em cidades do interior para os que vivem nas maiores está no modo de agir e principalmente no modo de pensar. Na maioria das vezes, o homossexual é mais calado, com voz e jeito masculino, não existe variação do estereótipo. É preciso ser mais masculinizado, não demonstrar tanto que é gay. É errado afirmar que não existem homossexuais assumidos no interior ou até mesmo gays mais afeminados, mas lá eles acabam sendo motivo de fofocas e chacotas, parte pela cidade ser pequena e a notícia se espelhar rápido, parte por serem mais conservadores. Por isso, muitos saem de suas cidades por serem discriminados ou até mesmo para se “libertarem” e vêm tentar a vida nos grandes centros.
O preconceito no interior pode-se dizer é pior do que os homossexuais enfrentam em cidades com maior quantidade de gays. As pessoas do interior são quase sempre extremamente conservadoras e que dificilmente aceitam ou aceitarão mudar seus conceitos.
Um exemplo de como as pessoas do interior são conservadoras podemos ver claramente no filme “O Segredo de Brokeback Mountain” onde dois cowboys gays de uma cidade totalmente conservadora e machista do oeste americano não sabem o que fazer para ficarem juntos e são obrigados a esconderem seus sentimentos por anos; quando resolvem tentar dar uma chance ao destino, uma tragédia é anunciada. Da mesma forma que acontece no filme, pode acontecer na vida, porque infelizmente, ainda o preconceito existe e em todo lugar, e a pena de morte para gays ainda é desejo de muitos ignorantes. “A vida imita a arte”. Mas não pense que os gays do interior são menos fashions ou possuem sotaque exagerado. Há uma diversidade no interior sim, mas não tão grande quanto nas capitais. Tudo é, digamos, mais discreto. Mas é possível encontrar até pequenos bares e boates com drag queens em cidades com menos de 100 mil habitantes. É o caso de municípios como Paranavaí, no interior do Paraná que possuia o Lady´s Bar. E agora estão a pouco de ganhar um novo espaço uma danceteria(boate) não faltam exemplos para cidades um pouco maiores.
Por fim, podemos dizer que o homossexual que vive no interior muitas é mais propenso a precisar se esconder, a ter medo de se assumir e de não ser aceito. Fazendo isso, muitos fogem de si mesmos e insistem que não são gays e acabam vivendo com sentimentos forçados não aproveitando nada de suas vidas. Pode ser uma armadilha. Ser gay não é uma escolha, ninguém opta por isso. Ser gay é uma condição da natureza. O gay não precisa assumir para o mundo que é gay, porém vivemos melhor quando assumimos para nós mesmos e buscamos a nossa felicidade verdadeira. E é possível ser feliz em todos os lugares, afinal, a felicidade está dentro de você.
Materia: Ram Lin Avlis e Allan Johan
Revista: LADO A
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